Entre o glamour e a destruição
- Dorely M. Calderón

- 20 de mai. de 2022
- 1 min de leitura
Atualizado: há 2 dias

O Golden Gate Bridge tem a história de um monumento que, de tanto aparecer no cinema, já merece seu próprio agente. Poucas obras de engenharia foram tão consistentemente contratadas para morrer, desmoronar, explodir, ser engolidas por monstros ou destruída por alienígenas — e tudo isso mantendo uma carreira estável como símbolo turístico. Enquanto outras pontes lutam para aparecer em um documentário local, o Golden Gate desfila em superproduções como quem sabe que seu melhor ângulo é sempre aquele ligeiramente encoberto pela névoa, segundos antes da catástrofe digital.
Hollywood transformou a ponte num personagem com talento especial para tragédias espetaculares: ela cai melhor do que muitos atores caem em cenas de ação. No fundo, o Golden Gate e os filmes representam uma relação marcada pelo glamour e destruição — prova de que, no cinema, até uma obra-prima da engenharia precisa estar preparada para dar seu máximo… sobretudo quando o roteiro exige que ela desapareça.
Porto Alegre



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