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Recorri o mundo em um dia

metropolis

Há meses atrás recorri o mundo em um dia. Este é o relato perfeito para quem sempre achou que dar a volta ao planeta exigia coragem, passaporte carimbado, uma mochila recheada de itens de viagem e talvez um par de sapatos confortáveis.


Em Dubai, porém, a geografia virou buffet: basta navegar alguns metros e você já trocou de continente — sem fusos, sem culturas, sem riscos e, claro, sem a menor intenção de parecer natural. O arquipélago The World é a única cartografia em que você pode ir da “Europa” ao “Japão” antes mesmo de o sol ter decidido se ocultar ou não.


No The World, visitei a Lebanon Island. Você embarca para uma aventura que pretende ser épica – é divertida e exótica – mas na verdade está apenas te transportando para uma metáfora urbana sobre excesso: alguns minutos navegando e pronto, você já “saiu do Oriente Médio” para desembarcar em uma versão imobiliária do planeta — um planeta em stand-by.


Chegar à Lebanon Island é como visitar um mundo paralelo em que a globalização foi substituída por um silêncio exuberante e uma distância desconcertante. A vizinhança é composta por continentes inteiros… ainda vazios. Ilhas fantasmas que lembram países famosos, só que sem habitantes, sem histórias, sem alma — apenas sombras imobiliárias flutuando no Golfo. É um Google Earth feito de areia e concreto, mas sem o zoom humano que dá sentido aos lugares.


Ali, você percebe que recorreu “o mundo” não porque viajou demais, mas porque não havia ninguém para te impedir. Uma jornada geográfica sem filas, sem multidões, sem bagagem cultural — só você, uma ilha batizada de Líbano e um bairro global que ainda não decidiu se existe ou se é apenas um delírio arquitetônico à espera de comprador.


Porto Alegre

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